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Unesp identifica diferenças entre sexos no processamento da dor e no efeito da solidão

Foto/ Imagem:  Divulgação/ Envato Um estudo conduzido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, em Araraquara, mostrou que o isolamen...

Foto/ Imagem:  Divulgação/ Envato

Um estudo conduzido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, em Araraquara, mostrou que o isolamento social pode ampliar a sensibilidade à dor e diminuir a ação da ocitocina — hormônio associado ao bem-estar — em fêmeas, mas não em machos. Os resultados, publicados na revista European Journal of Pain, revelam diferenças na forma como os dois sexos processam a dor e o impacto do isolamento, abrindo caminho para terapias mais personalizadas.

Segundo a professora Daniela Baptista de Souza, que orientou o trabalho, a ausência de estudos com fêmeas na neurociência básica levou, por muito tempo, ao desenvolvimento de medicamentos menos eficazes para mulheres. “A fibromialgia é um exemplo: afeta majoritariamente mulheres e muitas vezes não responde bem aos tratamentos atuais”, afirma.

A pesquisa foi realizada com camundongos Swiss Webster, divididos em quatro grupos: com dor crônica induzida e sem dor, vivendo em grupo ou isolados. Foram avaliadas respostas sensoriais (reação a estímulos nas patas) e emocionais (expressões faciais que indicam desconforto).

Os resultados mostraram que o isolamento, mesmo sem dor crônica, aumentou a sensibilidade em ambos os sexos. Porém, apenas as fêmeas isoladas apresentaram expressões emocionais de dor mais intensas e recuperação mais lenta após cirurgias simples.

Outro achado foi a redução dos receptores de ocitocina em regiões cerebrais ligadas à regulação emocional, mas apenas nas fêmeas. Para os pesquisadores, isso ajuda a explicar por que elas são mais impactadas pelo isolamento.

A equipe também observou aumento da ansiedade em machos e fêmeas isolados, por meio de testes de comportamento, e sinais de apatia entre os que deixaram de construir ninhos.

O estudo, concebido durante a pandemia de Covid-19, agora se expande em parceria com o Center for Advanced Pain Studies, da Universidade do Texas, que investiga os mesmos mecanismos em tecido humano. “A ocitocina pode se tornar alvo terapêutico para melhorar a vida de pessoas com dor crônica”, conclui a professora Daniela.


Com informação da Assessoria

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