Foto/ Imagem: Alisson Frazão/ Secom Maceió Samantha Medeiros, psicopedagoga de 35 anos, participou do Aulão Experimental de Defesa Pessoal p...
Samantha Medeiros, psicopedagoga de 35 anos, participou do Aulão Experimental de Defesa Pessoal para Mulheres, promovido pela Secretaria Municipal de Esporte (Semesp) em Maceió. Em seu relato, ela compartilhou uma dura trajetória de quase duas décadas vivendo abusos físicos, sexuais e psicológicos dentro do próprio casamento. “Só percebi que era vítima de estupro marital após 15 anos de relacionamento”, contou Samantha, que demorou para reconhecer a violência que sofria em casa.
Mãe de dois filhos, sendo um atípico, Samantha optou por não denunciar o ex-marido na época da separação, temendo represálias. Mesmo após o fim do casamento, as agressões continuaram durante as visitas dele aos filhos. A compreensão do que vivia só veio quando criou uma conta no Instagram e se deparou com informações sobre estupro, dando o primeiro passo para buscar ajuda.
O caso de Samantha é um reflexo do grave problema enfrentado no Brasil. Em 2024, foram registrados 87.545 estupros no país, o maior número da história, e 1.492 feminicídios. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, mais de 21 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência no período de março de 2024 a março de 2025.
A legislação brasileira reconhece o estupro marital como crime, com penas que variam conforme a gravidade e circunstâncias do ato, amparadas pela Lei Maria da Penha. Mariana Alves, coordenadora-geral de Enfrentamento à Violência da Secretaria Municipal da Mulher, destaca que as vítimas podem buscar ajuda nas Salas Lilás dos hospitais, delegacias especializadas ou pelo telefone 180, e orienta reunir provas para fortalecer denúncias.
Samantha hoje está em processo de reconstrução, cuidando da saúde física e mental, e participando de atividades oferecidas pela Semesp, como o Funcional para Todos. A prefeitura de Maceió também desenvolve ações de prevenção e suporte, como o programa Maceió Sem Assédio e o Empodera Mulher, que oferecem cidadania, capacitação e apoio às mulheres vítimas de violência.
O relato da atleta reforça a importância da defesa pessoal como ferramenta de empoderamento e proteção para mulheres, mostrando que reconhecer a violência é o primeiro passo para buscar ajuda e romper ciclos abusivos.
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