Na última sexta-feira, dia 03.05, o Governo do Rio Grande do Norte deu o pontapé inicial em um ambicioso programa de recuperação de rodovias...
Na última sexta-feira, dia 03.05, o Governo do Rio Grande do Norte deu o pontapé inicial em um ambicioso programa de recuperação de rodovias estaduais, porém, deixando de fora aproximadamente 800 km de estradas sinistras como ruínas e péssimas. O projeto, que terá um custo inicial de R$ 428 milhões, visando melhorar a infraestrutura viária do estado, mas já levanta questionamentos sobre a abrangência de sua atuação.
Segundo informações obtidas pela TRIBUNA, o programa inicial contemplará cerca de 435 km de estradas em condições precárias, enquanto trechos importantes em diversas cidades do RN foram excluídos dos três primeiros lotes anunciados. Esta exclusão gerou críticas de prefeitos locais, que expressaram descontentamento e perplexidade diante da ausência de suas rodovias nos planos de restauração.
O relatório de monitoramento interno das rodovias potiguares, produzido pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), revela que aproximadamente 37,11% da malha viária estadual está em estado ruim ou péssimo, totalizando 1.243 km de estradas nessas condições. Este levantamento técnico, entretanto, não foi o único sorteio considerado pelo governo na seleção dos trechos a serem recuperados.
De acordo com Gustavo Coelho, secretário estadual de Infraestrutura do RN, além da condição do pavimento, outros fatores como fluxo de veículos, segurança viária e transporte de cargas foram transportados em conta na escolha dos trechos prioritários. Ele ressaltou que o programa de recuperação será implementado em etapas, com novos trechos sendo contemplados posteriormente.
Entretanto, a exclusão de trechos importantes, como a RN-120 entre Bento Fernandes, Riachuelo e João Câmara, gerou reações negativas dos prefeitos locais. Manoel Bernardo, prefeito de uma cidade das afetadas, criticou a falta de atenção do governo para com a região do Mato Grande, levantando suspeitas sobre motivações políticas por trás das exclusões.
Enquanto isso, o governo estadual defende sua estratégia, afirmando que busca novos recursos, inclusive um empréstimo junto ao Banco Mundial no valor de R$ 900 milhões, para ampliar o alcance do programa de recuperação. Com um total de R$ 1,6 bilhão disponíveis do Programa de Equilíbrio Fiscal (PEF), o estado espera sanar as deficiências em sua malha rodoviária ao longo dos próximos anos.
O primeiro lote de obras, compreendendo aproximadamente 210 km de estradas em diversos municípios, teve sua ordem de serviço assinada na última sexta-feira. O secretário Coelho garantiu que não se trata apenas de uma operação tapa-buracos, mas sim de uma restauração completa, incluindo recapeamento asfáltico e melhorias na sinalização.
Enquanto o governo dá os primeiros passos para recuperar a infraestrutura viária do estado, a exclusão de trechos críticos já levanta debates sobre a abrangência e os critérios do programa, deixando prefeitos e comunidades locais preensivos quanto ao futuro das estradas potiguares.
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