Segundo dados alarmantes revelados pelo Atlas Mundial da Obesidade 2024, o Brasil caminha para uma crise de saúde pública, com previsão de q...
Segundo dados alarmantes revelados pelo Atlas Mundial da Obesidade 2024, o Brasil caminha para uma crise de saúde pública, com previsão de que até 2035, 50% das crianças e adolescentes do país estejam obesos ou com sobrepeso. Esta projeção sombria reflete um cenário já preocupante, onde 12 em cada 100 crianças brasileiras já se encontram em condição de risco, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A obesidade infantil é um fenômeno complexo, influenciado por uma variedade de fatores, desde hábitos alimentares e estilo de vida até predisposição genética. Estudos indicam que a genética pode desempenhar um papel significativo, contribuindo entre 40% e 70% no risco individual de desenvolver obesidade. No entanto, especialistas destacam que a predisposição genética não é determinante e que fatores ambientais desempenham um papel crucial nesse cenário.
Para entender melhor os desafios e possíveis soluções para combater esse problema crescente, conversamos com o Dr. Bruno Sander, cirurgião-geral e especialista em emagrecimento, renomado por suas contribuições no campo da perda de peso.
Dr. Sander destaca que, além da genética, há uma série de fatores comportamentais e ambientais que contribuem para a obesidade infantil. "O acesso fácil a alimentos ultraprocessados, o aumento do sedentarismo devido ao uso excessivo de tecnologia e a falta de políticas públicas eficazes são alguns dos principais impulsionadores desse problema", afirma o especialista.
No entanto, Dr. Sander ressalta que a obesidade infantil não é uma sentença definitiva e que há medidas eficazes que podem ser adotadas para reverter esse quadro preocupante. "É crucial promover uma mudança de cultura em relação à alimentação e atividade física desde a infância. Educar pais, cuidadores e escolas sobre hábitos saudáveis, bem como garantir acesso a alimentos nutritivos e incentivar a prática regular de exercícios, são passos fundamentais para prevenir e tratar a obesidade infantil", enfatiza.
Além disso, o especialista destaca a importância do acompanhamento médico adequado e da intervenção precoce. "Identificar e tratar precocemente crianças em risco pode prevenir complicações graves no futuro. A abordagem multidisciplinar, envolvendo pediatras, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, é essencial para garantir o sucesso no tratamento da obesidade infantil", conclui Dr. Sander.
Diante do cenário preocupante e das projeções alarmantes, fica evidente a urgência de ações coordenadas e efetivas por parte das autoridades, profissionais de saúde e sociedade como um todo para enfrentar e reverter o avanço da obesidade infantil no Brasil.
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