Na esteira de um cenário promissor para as reservas hídricas do Ceará, o estado nordestino alcançou uma marca histórica nesta segunda-feira ...
Na esteira de um cenário promissor para as reservas hídricas do Ceará, o estado nordestino alcançou uma marca histórica nesta segunda-feira (15). Com as recentes chuvas, o número de açudes vertendo suas águas atingiu o impressionante total de 64 reservatórios em todo o território cearense.
Esse marco é resultado direto do aumento das reservas hídricas do estado, que já ultrapassaram a marca de 50% da capacidade total. Somente no último final de semana, sete açudes registraram sangria, incluindo o emblemático Açude Benguê, localizado em Aiuaba, que não transbordava há 13 anos.
Além do Açude Benguê, outros importantes reservatórios como Olho d’Água, Cachoeira, Santo Antônio de Russas e Ubaldinho também transbordaram neste último fim de semana. E nesta segunda-feira, o Maranguapinho, na Região Metropolitana de Fortaleza, e Riacho do Sangue, em Solonópole, juntaram-se à lista dos que atingiram o ponto de sangria, evidenciando os bons aportes aos reservatórios em várias regiões do estado.
Com um volume total de mais de 9,5 bilhões de metros cúbicos nos reservatórios, o número de açudes vertendo em 2024 já supera os registros do ano anterior para esta mesma data. Além dos 64 açudes gerenciados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) que estão vertendo, 14 reservatórios operam com mais de 90% de sua capacidade total.
Outras bacias hidrográficas da região norte do estado também apresentam níveis volumétricos confortáveis, com o Coreaú em 98%, o Acaraú em 95% e o Litoral com 100% da capacidade total acumulada.
Apesar desses avanços, a bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús ainda enfrenta desafios, com menos de 23% de sua capacidade hídrica acumulada. Outros 26 reservatórios do Ceará apresentam volumes abaixo de 30% de sua capacidade, destacando os desafios persistentes impostos pelo clima semiárido da região, com chuvas distribuídas de forma irregular no tempo e espaço, conforme destacou Tércio Tavares, diretor de Operações da Cogerh.
Um ponto de destaque é o Açude Castanhão, o maior reservatório do Ceará, que ultrapassou o volume de 30% da capacidade de armazenamento. Após um ano, o açude viu seu volume aumentar, saindo de 30% para um percentual superior em 2024. Essa é a primeira vez desde 2014 que o Castanhão alcança essa marca.
Pensando em avançar em um modelo sustentável para as múltiplas demandas do Açude Castanhão, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) irá realizar, no dia 19 de abril, o 3º Seminário do Projeto “Capacidade de Suporte do Açude Castanhão”, momento onde serão compartilhados os resultados da pesquisa feita pela Companhia em parceria com a UFC, sobre a qualidade da água e os múltiplos usos do Castanhão.
Esse panorama reflete não apenas uma recuperação das reservas hídricas do Ceará, mas também a importância contínua de estratégias sustentáveis de gestão e uso da água para garantir o abastecimento e o desenvolvimento regional.
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