Com a reativação de minas nos Estados Unidos em meio à crescente demanda por urânio, um megaprojeto bilionário no Ceará ganha destaque no ce...
Com a reativação de minas nos Estados Unidos em meio à crescente demanda por urânio, um megaprojeto bilionário no Ceará ganha destaque no cenário internacional. Grandes mercados estão realinhando suas estratégias diante do aumento da necessidade global por combustível nuclear.
Após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, a exploração comercial do urânio declinou, resultando na desativação de várias minas. No entanto, a recente guerra entre Rússia e Ucrânia mudou esse cenário, levando a um aumento significativo no preço do urânio nos últimos cinco anos.
Tomás Figueiredo Filho, advogado especialista em Mineração, destaca que o Brasil, mesmo tendo interrompido as pesquisas de urânio nos anos 1980, possui a sexta maior reserva do mundo, com a jazida de Santa Quitéria sendo a maior conhecida no país. Esta reserva tem potencial para aumentar em dez vezes a produção nacional do mineral.
Além disso, o Brasil domina toda a cadeia tecnológica de processamento de urânio, com capacidade para fornecer não apenas o material bruto, mas também combustível nuclear para diversas nações. O projeto de Santa Quitéria, com investimentos previstos superiores a R$ 2 bilhões, tem potencial para gerar cerca de 8 mil empregos durante a fase de construção.
Estima-se que a produção anual atingirá 2,3 mil toneladas de urânio em seu estado natural, contribuindo significativamente para a produção de fertilizantes fosfatados e fosfato bicálcico.
O projeto recebeu autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a instalação da jazida em outubro do ano passado, com validade de cinco anos, evidenciando os requisitos de segurança e proteção radiológica. Atualmente, está em fase de licenciamento prévio com o Ibama, após a entrega dos estudos complementares solicitados em dezembro de 2023.
Com a retomada do mercado global de urânio e o potencial do Projeto Santa Quitéria, o Brasil se posiciona estrategicamente para atender à crescente demanda por combustível nuclear, consolidando sua posição como um importante player nesse setor crucial para a matriz energética mundial.
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