Um estudo nacional inédito publicado no Journal of Oncology Medicine & Practice destaca as dificuldades enfrentadas por médicos brasile...
Um estudo nacional inédito publicado no Journal of Oncology Medicine & Practice destaca as dificuldades enfrentadas por médicos brasileiros no rastreamento do câncer de pulmão, especialmente entre fumantes, que representam 80% das mortes pela doença no país. O estudo, parte do Projeto ProPulmão, revelou que muitos profissionais têm uma compreensão deficiente dos critérios de rastreamento, o que contribui para a alta mortalidade associada ao câncer de pulmão.
O ProPulmão, uma iniciativa pioneira na Bahia, está há um ano oferecendo diagnóstico e tratamento a pacientes, com duas novas cirurgias realizadas hoje no Hospital Santa Izabel. Dr. Ricardo Sales, coordenador do projeto, aponta que, apesar do suporte da SESAB e prefeituras, há um atraso significativo na realização de biópsias, resultado de falhas estruturais e organizacionais no sistema de saúde.
O estudo "Avaliação do Conhecimento dos Profissionais de Saúde no Rastreamento de Câncer de Pulmão" analisou 324 profissionais, dos quais apenas 46,2% acertaram todos os critérios de rastreamento. A lacuna de conhecimento foi mais acentuada entre especialistas em doenças respiratórias, com uma taxa de acerto de 62,3%. Dr. Sales enfatiza a necessidade de programas de educação continuada para melhorar o entendimento e a adesão às diretrizes de rastreamento.
O câncer de pulmão, amplamente associado ao tabagismo, é responsável por cerca de 85% dos casos diagnosticados. Fumantes têm 30% mais chances de desenvolver a doença em comparação aos não fumantes. Projeções indicam um aumento de 65% na incidência e 74% na mortalidade por câncer de pulmão até 2040 se as atuais tendências de tabagismo persistirem.
O ProPulmão tem sido crucial para o avanço do rastreamento no Sistema Único de Saúde (SUS), utilizando a tomografia computadorizada de baixa dose, ainda pouco acessível para toda a população. O projeto visa oferecer suporte e promover a conscientização sobre os riscos do tabagismo, que é responsável por 8 milhões de mortes anuais no mundo.
Para mais informações, Dr. Ricardo Sales está disponível para entrevistas e pode ser contatado através do Centro Universitário Senai Cimatec. A pesquisa completa está disponível em Journal of Oncology Medicine & Practice.
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