Na última quarta-feira (01), a Casa da Pólvora recebeu a apresentação da tão aguardada exposição "Mamaamam", do renomado artista v...
Na última quarta-feira (01), a Casa da Pólvora recebeu a apresentação da tão aguardada exposição "Mamaamam", do renomado artista visual Cacá Fonseca. Em um gesto generoso, a entrada é franca para todos os visitantes interessados. A mostra, que se estenderá até o dia 19 de maio, promete guiar os espectadores por uma jornada poética e emocional, refletindo sobre a travessia de dois desertos na vida da artista: o câncer de mama e a pandemia.
Reunindo uma série de trabalhos desenvolvidos entre 2020 e 2022, período marcado por desafios e superações pessoais para Cacá Fonseca, a exposição lança luz sobre as múltiplas estratégias de cura e travessia. Ao enfrentar o câncer de mama em meio a um contexto global de pandemia, a artista mergulhou em um universo íntimo e profundo, explorando as complexidades do corpo feminino e sua relação com a dor, a perda e a renovação.
"Para mim, essa exposição é uma cartografia sensível das conformações e deformações do corpo-mulher-existência", compartilha a artista. "É uma tentativa de esboçar outras formas, outras mães, em cicatrizes, acúmulos, totens, incompletudes, peitos coletivos e singulares riscados infinitamente na luta incessante do ser mulher."
O enigmático título da exposição, "Mamaamam", sugere uma palavra que será desvelada ao público durante uma experiência de atravessar as obras de arte. Representando a despedida e a cura, essa palavra é a cerne de um processo radical de degradação das mamas, ocorrido em 6 de outubro de 2020. Esse enigma está registrado no 'Ofidiarium' e também é explorado no vídeo "Despedida", parte integrante da exposição .
A concepção da mostra é atribuída a Cacá Fonseca, que também se encarregou da expografia e da montagem das obras. A exposição "Mamaamam" convida o público a uma jornada de reflexão, introspecção e empatia, oferecendo um espaço de encontro e diálogo sobre temas tão universais quanto a dor, a cura e a resiliência feminina. Ao compartilhar sua história pessoal, o artista lança um convite para que cada visitante também encontre sua própria voz e sua própria jornada de autoconhecimento e superação.
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